sábado, 11 de abril de 2009

UNIÃO NACIONAL REFORMADA


Não é um problema exclusivamente nacional, se bem que cá tudo assuma proporções anormalmente preocupantes. A questão central é a da concentração dos poderes que deveriam estar devidamente distribuídos e que, sobretudo nos últimos anos, se têm concentrado dramaticamente num núcleo duro de meia dúzia de sequazes cúmplices do inefável líder. Esta situação foi conseguida graças à instalação progressiva de apaniguados interesseiros e carreiristas nos diversos níveis da hierarquia dos vários poderes públicos e, até, na extensão ao sector público-privado dos media.
O resultado deste assalto ao poder, frio e calculista, denota uma ambição perigosa que nos deveria fazer pensar e relembrar outros tempos, sim, falo precisamente do modus operandi de Salazar, o que deveria despertar cuidados redobrados na opinião pública esclarecida portuguesa, mas que infelizmente nada desperta pois é praticamente residual a que não se encontra já assalariada. Faço aqui um pequeno parêntesis para explicar o que, há falta de melhor, designei por opinião pública esclarecida. Seria aquilo que António Sérgio toda a vida chamou à atenção para a urgência de se criar e que, até hoje, permanece inexistente que são elites culturais, que consigam ser uma via alternativa à opinião pública indiferenciada, que bebe acefalamente o que derramam os telejornais e a propaganda manipulada pela corja de piratas, um sucedâneo da União Nacional, que tomou o poder e o tem bem controlado.
Nestas circunstâncias não será de esperar outra coisa senão mais do mesmo, já que o que poderia vir a alterar esta situação seria, sobretudo, o sector da educação e este encontra-se impecavelmente manipulado para perpetuar a continuação deste estado de coisas. Poderíamos pensar que restam os blogues… É um facto, porém, a grande dificuldade que eu noto é que mesmo a escassíssima minoria que os lê, e que receio acabarem por ser sempre os mesmos a lê-los, tem o péssimo hábito de ler apenas textos curtos… Basta surgir um texto um pouco mais longo, como por exemplo este, para ser imediatamente saltado…
Do que fica, temos que as esperanças não são muitas e que só um verdadeiro milagre, nesta altura de ressurreição, que terá que ser um milagre de maior catadura, pois não creio que se consiga ressuscitar o que nunca existiu, conseguirá que as coisas comecem a dar sinais de quererem mudar. Até lá, a palavra aleluia deve ser guardada para uso exclusivamente religioso.

1º Ano


Cerca de 100 000 cliks nas coisas que tenho escrito ou divulgado são o prémio do trabalho que tive, ao longo deste primeiro ano, a tentar dizer ou mostrar o que penso e, desta forma, a contribuir com mais uma opinião para promover a existência de uma opinião pública crítica e mais eficaz. Sei que foi muito pouco e por isso mesmo continuarei até deixarem de ler o que escrevo, com a maior atenção e um redobrado esforço num período eleitoral que considero da maior importância para o futuro próximo do país.
Agradeço as vossas visitas e, sobretudo, os vossos comentários, contra ou a favor das minhas opiniões. Um abraço a todos, excepto aos parasitas que por aqui foram, mais uma vez e impunemente desmascarados, dos quais nunca aceitarei sequer um aperto de mão... Como sei que eles cá vêm, aqui lhes fica, nova e marcadamente, o meu desprezo e a minha antipatia...

sexta-feira, 10 de abril de 2009

A corrupção é um imposto (Texto imprescindível)

A corrupção é um imposto

Este País em que Vivo...


Em mais um dia repleto de boas notícias em que continuamos a ver que na lógica política do país não muda um rosto nem uma vírgula, continuando a perpetuação da mesma pandilha que nos vem assombrando, dizem-nos as notícias que vamos lendo que o acesso aos tribunais vai ficar em média 86% mais caro, privando o comum dos cidadãos de um dos direitos que o pagamento dos seus impostos melhor devia garantir. A justiça, a segurança, a saúde e a educação deveriam ser as preocupações fundamentais de quem nos governa, não a sua, mas a de todos nós… Afinal, somos os mesmos que continuamos a pagar-lhes os seus rendimentos mais lícitos e seguros, porém, para serem lícitos têm que agir em conformidade com o interesse público e não com quaisquer outros, nomeadamente, de casta e compadrio.
Ficou claro que o enriquecimento ilícito não deve ser crime. Concordo, por uma questão semântica… Se um enriquecimento é ilícito não o é, poderá ser roubo, extorsão, peculato, tráfico de influências, etc. Ora, diz-se à boca cheia, sai nos jornais, vê-se na televisão que muitos políticos ao fim de um ano no exercício de cargos em que deveriam zelar pela res publica, enriquecem inexplicavelmente. Os exemplos são tantos e tão flagrantes que seria fastidioso, além de muito perigoso nos tempos que correm, voltar a enunciá-los. Mas parece-me ser consequência do status quo existente, quem faz as leis e gere o poder está a fazê-lo para interesse próprio e não para o interesse público, por isso, para uns as coisas são mães e para outros madrastas. Tal não cessará enquanto o Zé Povinho continuar bronco, passivo e inculto como sempre tem sido, muito por culpa da educação, que, como dizia António Sérgio, nos continua a colocar nas costas a albarda da resignação

quarta-feira, 8 de abril de 2009

O Cretino Italiano...

“Não lhes falta nada. Têm cuidados médicos, comida quente... Claro que o actual lugar de abrigo é provisório, mas há que encarar a situação como um fim-de-semana no parque de campismo”, só lhe faltou dizer que muitos já nem terão as sogras, os filhos ou os pais para chatear...
Esta coisa falante não cessa de nos surpreender com tanta estupidez... Já que, infelizmente, não levou com nenhum calhau na caixa córnea, talvez devesse ser convidado para uma visita oficial a Portugal, assim como assim, também gostaríamos de o ver a falar sobre isto e a apalpar o rabo à Maria do Aníbal António...

terça-feira, 7 de abril de 2009

A Escola que se quer...


Conselho Executivo avança com providência para travar eleição de director que vai substitui-lo.
O estado da educação em Portugal está óptimo, está tão bom que os tribunais começam a não dar vazão aos problemas gerados nas escolas pela belíssima legislação com que o governo tem bombardeado a escola pública. É um prazer saber que as coisas correm tão bem e que a legislação é tão clara que nem os tribunais a entendem… Como sugestão adicional pode-se sempre acrescentar que as novas adendas às adendas tenham o apoio interministerial do Ministério da Saúde, que sempre poderá nomear uns psiquiatras para, previamente, darem as suas opiniões

Os Coelhinhos da Páscoa...


domingo, 5 de abril de 2009

Pois...


Querendo saber o Futuro de Portugal, Sócrates vai a uma vidente.
A vidente concentra-se, fecha os olhos e diz:
- Vejo o senhor a passar numa avenida, num carro aberto, e o povo a acenar.
Sócrates sorri e pergunta:- Essa multidão está feliz?
- Sim, feliz como nunca!
- E o povo corre atrás do carro?
- Sim, à volta do carro, como loucos. Os polícias até têm dificuldade emabrir caminho.
- As pessoas carregam bandeiras?
-Sim, bandeiras de Portugal e faixas com palavras de esperança e de um futuro melhor.
- A sério? E as pessoas gritam, cantam?
- Gritam frases de esperança: 'Agora sim!!! Agora tudo melhorará!'
- E eu, como é que reajo a tudo isso?
- Não dá pra ver.
- Porque não?
- Porque o caixão, está fechado...

Santo coitadinho povo português

O país nem tem notado que não chove Arderam não sei quantos hectares que ainda não era suposto terem ardido, o número de desempregados, mesmo com as manigâncias com que os querem camuflar, dispararam assustadoramente e os níveis de esperança e auto-estima estão absolutamente de rastos. O pacóvio português não sabe como será o seu dia de amanhã, apenas sabe que será pior e, contudo, dedica-se ao novo desporto português, o de ver quem consegue alcançar o título nacional de vigarista do ano.
Muitos e importantes são os candidatos, oriundos dos mais diversos quadrantes e sectores da grande pocilga nacional. O pacóvio português olha, bovina e labregamente para disputa que decorre sob os olhares atentos da comunicação que a divulga á altura do povo que a lerá.
No meio de toda esta miséria, quem deveria fazer alguma coisa para justificar o que lhe pagam e que não é assim tão pouco, apenas parece estar concentrado noutra parvoíce reveladora do nível paupérrimo a que desceu este país: o novo santo Parece que teremos mais um santo e nem sequer é construtor civil nem está a ser investigado pelo sistema judicial que é o melhor retrato do país Pedófilos, ladrões, parasitas, ignóbeis de toda a espécie empurram-se para ficarem na fotografia em que um beato se tornará santo. Este povo que assim procede é que deveria ser santificado… Santo coitadinho povo português, que espera que do nevoeiro em que o país mergulhou definitivamente saia, já não um novo D. Sebastião, mas mais escândalos e mais torpezas, para as continuar a ver passar impunes à frente dos mesmos olhos com que vê passar a sua miserável vida.